História do Cooperativismo

História do Cooperativismo

Na Inglaterra, na época da Revolução Industrial, existiam muitas fábricas cheias de operários carregados de problemas e necessidades, pois enquanto as fábricas prosperavam, os operários viviam quase na miséria: muitas horas de trabalho, salário muito baixo, desemprego, fome, etc. E então, em meio a todos estes problemas, alguns operários resolveram se reunir para procurar uma solução e sentiram que só através da cooperação poderiam sobreviver à crise. Através da União de 28 tecelões (operários), é criado um pequeno armazém cooperativo de consumo: a “Sociedade dos Equitativos Pioneiros de Rochdale”. E aí foi lançada a semente do Cooperativismo, em Rochdale, 1844 Desde então, as cooperativas existem em vários setores e em todo mundo. Os valores e princípios cooperativos foram preservados, com pequenas alterações ao modelo cooperativista adotado em todo mundo, como também a própria base da filosofia do cooperativismo

DEFINIÇÃO

Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida.

VALORES

As cooperativas baseiam-se em valores de ajuda mútua e responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Na tradição dos seus fundadores, os membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante.

Os princípios cooperativos são as linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prática e são:

1º Princípio – Adesão voluntária e livre
” Liberdade é despertar nos outros a vontade de fazer.”
As cooperativas são organizações voluntárias e abertas a todas as pessoas aptas a utilizarem os seus serviços e a assumir as responsabilidades como cooperados, sem descriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.

2º Princípio – Gestão democrática pelos cooperados
” Nosso capital são as pessoas.”
As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. As pessoas, eleitas como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau (singulares) os cooperados tem igual direito de voto (um cooperado, um voto). As cooperativas de grau superior (centrais, federações e confederações) são também organizadas de forma democrática.

3º Princípio – Participação econômica dos cooperados
” Somar é compartilhar resultados.”
Os cooperados contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os cooperados recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. Os cooperados destinam os excedentes a um ou mais dos seguintes objetivos: a) desenvolvimento de suas cooperativas, eventualmente através da criação de reservas, parte das quais, pelo menos, será indivisível; b) benefícios aos membros na proporção das suas transações com a cooperativa; c) apoio a outras atividades aprovadas pelos cooperados.

4º Princípio – Autonomia e independência
” Empreendimentos autônomos e controlados por seus associados .”
As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus cooperados. Se estas firmarem acordo com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelo seus cooperados e mantenham a autonomia das cooperativas.

5º Princípio – Educação, formação e informação ” Educar é construir um futuro melhor.” As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus cooperados, dos representantes eleitos e dos funcionários de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas.Informam o público em geral, sobretudo os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

6º Princípio – Cooperação entre Cooperativas
“A união faz a força.”
As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus cooperados e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalho em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

7º Princípio – Interesse pela Comunidade
“A responsabilidade social está no DNA do cooperativismo.”
As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos cooperados.

O que é uma cooperativa de crédito?

O que é uma cooperativa de crédito?

No contexto atual em que vivemos, todas as pessoas (e empresas também) necessitam de uma instituição financeira para realizar suas movimentações financeiras, desde as básicas (pagamento de contas do dia a dia) até as mais complexas (empréstimos, financiamentos, aplicações, …)

Ao escolher uma instituição financeira, a população brasileira conta com mais de 100 bancos atuando no país, incluídos os grandes bancos de varejo (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, Santander) e também uma centena de instituições financeiras especializadas em algum nicho de mercado (crédito consignado, financiamento de veículos ou outras operações). Estas instituições bancárias tem como característica ser de propriedade de um pequeno número de pessoas (os DONOS dos bancos) que buscam obter o máximo retorno possível (LUCRO) sobre o capital que possuem investido. Este lucro é obtido através das movimentações financeiras realizadas pelos CLIENTES, pessoas que não possuem nenhum poder de decisão sobre a forma de atuação do banco com o qual operam, apenas usufruindo dos produtos e serviços que utiliza e pagando o preço estabelecido.

Talvez por desconhecimento, a quase totalidade dos brasileiros realiza suas operações financeiras com os bancos tradicionais, principalmente com os cinco maiores acima citados. Ainda são poucos, menos de 10 milhões de pessoas, que já descobriram que SER CLIENTE não é a única opção existente. É possível SER DONO de sua própria instituição financeira, organizada em forma de cooperativa. Uma COOPERATIVA é uma associação de pessoas, que nela ingressam voluntariamente (se tornando sócias) e que passam a fazer suas movimentações financeiras através dela, e não mais com os bancos tradicionais. Estes sócios passam a ser os DONOS da cooperativa, juntamente com centenas ou milhares de outras pessoas.

Na maioria das instituições financeiras cooperativas existentes no país o capital social exigido para ingressar como sócio é bastante baixo, de cerca de R$ 100. Este capital pode ser resgatado quando o sócio decidir sair da cooperativa.

As cooperativas não tem fins lucrativos, o que significa que normalmente seus PREÇOS são mais acessíveis e competitivos do que os bancos tradicionais. Além disto, todos os anos, após apuradas as sobras do exercício, as cooperativas convocam seus sócios para comparecer na ASSEMBLEIA GERAL, momento em que é decidida a destinação a ser dada para as sobras que houverem. Costumeiramente a maior parte destas SOBRAS são devolvidas aos sócios, na proporção da movimentação que cada um realizou, valorizando os que são mais fidelizados e que realizam suas operações com a cooperativa. Uma pesquisa do Banco Central do Brasil, realizada há alguns anos, apontou que 42% dos sócios de cooperativas são 100% fidelizados, ou seja, não possuem movimentação em nenhuma outra instituição financeira, o que comprova que as cooperativas oferecem praticamente todos os produtos e serviços que os bancos também possuem (aplicações, empréstimos, seguros, consórcios, cartões de crédito e débito, …).

Um dos grandes diferenciais de uma cooperativa é que TODOS SÃO SÓCIOS, não existindo pessoas que sejam apenas CLIENTES. Esta é uma exigência legal para que as pessoas possam operar com uma cooperativa de crédito. Enquanto sócios, é esperado que todos participem ativamente das decisões da cooperativa, decisões estas que ocorrem nas ASSEMBLEIAS. As assembleias ocorrem anualmente, obrigatoriamente até o final do mês de abril, e nelas são discutidos e votados:

1. prestação de contas do ano anterior;
2. forma de destinação das sobras ou do rateio das perdas;
3. eleição dos sócios que farão parte do conselho de administração e do conselho fiscal;
4. definição do valor dos honorários a serem pagos aos conselheiros;
5. discussões sobre o estatuto social e regimentos internos.
Dentre as cerca de 1.000 instituições financeiras cooperativas existentes no país encontram-se instituições dos mais variados tamanhos, com várias sendo formadas por mais de 30 ou 50 mil sócios. As cooperativas são GERIDAS DEMOCRATICAMENTE sendo que, nas assembleias, os sócios elegem, dentre eles mesmos, pessoas que serão responsáveis pela gestão da cooperativa, os chamados conselheiros de administração, que terão a obrigação de prestar contas de suas ações nas próprias assembleias.

Fundamentos do Cooperativismo !

Fundamentos do Cooperativismo !

Você sabia que o cooperativismo é o modelo de organização coletiva que, além de impulsionar a economia mundial, é um dos maiores responsáveis pela inclusão da população no mercado formal de trabalho?Mergulhe de cabeça nesse modelo econômico que valoriza a capacidade produtiva de seus associados sem fazer distinção de raça, credo, religião, situação econômica ou gênero. Seja você, também, um entusiasta do cooperativismo.